Letras Galegas 2004 : Xaqu? Lorenzo, "Xocas"
Artes de pesca nos r?s
DEBUXOS: XAQU? LORENZO FERN?DEZ
TEXTO: ASSOCIA?O BARCAS DO MINHO E XAQU? LORENZO FERN?DEZ
"Etnograf?. Cultura material", em Historia de Galiza
(dir. Otero Pedrayo, Ram?), Buenos Aires, 1962, vol. II
A cana ou vara, usada desde terra ou desde uma barca, ?um dos sistemas
de pesca mais empregados nos rios galegos. Na ponta leva uma sedela com
chumbo, um corti? -n? sempre-, e um anzol, no que vai o engate
(minhocas, moscas, salt?s, plumas de p?saros, etc). A corda -espinhel
ou palangre- ocupa o ancho do rio -polo que devem empregar unha barca se
este ?ancho-, com anz?s presos de tramo em tramo, sendo armadas pela
noite e recolhidas ?manh?
A fisga, rancha ou francado foi empregada para a pesca de lampreias,
solhas, salm?s e outros peixes semelhantes. Usada desde uma barca,
vigiando a chegada do peixe, espetando com dentes de ferro que pode
rematar em forma de lan?. Aros com redes, as ventelas, mangadas em
longos paus foram utilizadas para pescar nos remansos, aproveitando o
desove, botando-as a cegas e sacando o que a sorte queira.
Os pescos, pesqueiras ou caneiros s? uns muros constru?os no leito do
rio, inclinados seguindo a corrente e paralelos, formando corredores
pelos que passa a ?ua e os peixes. Nestes passos colocam o boitir? ao
anoitecer, sendo desarmado cada duas horas se tem boa pesca. Esta rede
foi o sistema mais empregado para colher a lampreia.A cabaceira ?moi
semelhante ?boitir?, colocada nos pescos para capturar lampreias,
salm?s, s?eis e outros peixes. Tamb? se empregam de noite, como os
arcos e forcados para caneiros.
A
nassa ?unha vers? em madeira do boitir?, alongada, com trampa no
m?io, aberta por um lado e fechada pelo outro. Deitada no fundo do rio,
coa boca de cara ?corrente, amarrada entre pedras, levando no interior
o isco. Colocada na noite, sendo retirada pela manh? Uma variante ?o
gardeiro ou cacifro, que serve para manter fresco o peixe na ?ua,
colgado da barca. O redote j?n? ?obra de cesteira, sen? de cordas ou
fibras.
Redes rectangulares que enmalhan o peixe s? a lampreeira, a salmoeira e
o aljerife, que se estende de sol a sol coa barca e recolhem tirando
desde a terra. O mesmo sucede com outras artes de arrasto, como a
rapeta. Para cercar, nas bocas dos rios e zonas de mareia, empregam a
estacada ou cercote.
Tamb?
a sacada ?uma rede de cerco e arrasto. A solheira utilizada desde a
barca, e a saveleira que deitam coa barca e recolhem desde terra, ?moi
semelhante ?varredeira.
Os trasmalhos -tr? panos ou malhas, sendo mais tupida a interior, o que
enreda ?peixe- s? tamb? conhecidos nos rios do noroeste da pen?sula
Ib?ica. S? redes de deriva, como a mugileira, com nomes que procedem
da esp?ie ?que est? destinados. E, a modo de esparavel, temos a
chumbeira.
As barragens derrubaram as pesqueiras, e impediram a circula?o de
enguias, lampreias, s?eis, salm?s, reos e trutas, o que n? era s?um
bem material -complemento na economia, e distrac?o- para os ribeir?s,
sen? tamb? um orgulho e modelo de harmonia coa natureza.
As embarca?es fluviais s?podem ser compreendidas no seu tempo e ?ea,
prestando servi? aos vicinhos das ribeiras. A pesca, como uma riqueza
do nosso passado, n? se pode esquecer por ser uma actividade que formou
parte de uma cultura, dando respostas ? necessidades humanas, criando
aparelhos e at?obras arquitect?icas que ?longo dos s?ulos se foram
perfei?ando. A tecnologia tradicional deve ser conservada, pelo menos
na lembran?.
Fonte:
Artes de pesca nos r?s
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